Palestra – Jornada do Ser – 1o Congresso GIAH – junho de 2023

Como conquistei meu bem-estar físico, mental, espiritual e emocional

Obrigada pelo convite para participar deste congresso sobre a jornada do ser.

Me sinto muito honrada.

Espero que ao final da minha apresentação, vocês saiam com alguns insights inspiradores!

Já de inicio, gostaria de esclarecer e alinhar as expectativas de vocês declarando que não atingi 100% de bem-estar e nem sei se isso é possível. Ainda tenho muito o que aprender sobre mim, sobre o inter-relacionamento e interdependência entre os seres, sobre a natureza das coisas. Mas consigo afirmar que estou num bom caminho, que observo minhas transformações, que tenho mais consciência de mim e do meu entorno, que me sinto mais plena do que em décadas anteriores. Numa analogia, costumo dizer que “já tirei o mato alto, já consigo ver onde estão as ervas daninhas, já separo as melhores sementes para plantio, já coloco adubo na quantidade certa que é pra não matar a mudinha”.  

E em segundo lugar, considero importante esclarecer “o que” eu chamo de bem-estar, porque pode ser diferente do conceito que vocês tem: para mim, bem-estar é “estar bem”. Estar bem comigo mesma. Estar bem com as adversidades, com os eventos inesperados, com a falta de controle quando não há controle. Estar bem quando nada parece dar certo. Estar bem no trânsito parado de São Paulo. É me aceitar na minha natureza, na sociedade em que vivo, nas oportunidades que me são propostas. É valorizar as pessoas que me oferecem ajuda e até as que me provocam um olhar diferente e muitas vezes desconfortável.

Também é importante salientar que se trata de um processo longo, que dura a vida toda, que não tem fim. Que exige muita atenção, dedicação e paciência. Pelo menos é assim que eu vejo e faço. Portanto, não cai do céu num passe de mágica e não tenho uma cartilha com os “10 passos para o sucesso”… espero não tê-los desapontado com esta afirmação. É fruto de muito investimento em autoconhecimento. Sou humana como todos vocês! Não é?

Vou dar um exemplo. Quando encontro um conhecido, que faz tempo que não o vejo, ele me pergunta “Sandra, como tem passado?”, eu respondo e explico – “minha saúde está em ordem, minha família está bem, moro num local agradável, colho frutas e faço geleias.

Minha vida profissional passa por algumas adaptações depois da aposentadoria. Estou sempre fazendo um curso de  assuntos que me interessam. Tenho lido cada vez mais. Alguns projetos estão em andamento e outros, ainda no campo das ideias. Minha vida afetiva está em paz  e as finanças sob controle. Continuo com planos de viajar, ouço Eric Clapton todos os dias e adoro um cálice de uma boa bebida… alcoólica, naturalmente. Quando fico “de mal com a vida”, saio para caminhar, ando descalça, faço podas no jardim, bordo, escrevo ou agendo uma consulta terapêutica com métodos pouco tradicionais. Não tenho do que reclamar.”

O que vocês acham? Consegui resumir o que eu quero dizer com “estar bem”?

Confesso que a maturidade me ajudou a achar o meu lugar neste mundo. E foi muito libertador. Maturidade é um processo natural pra todo mundo, sem mistérios. Num certo momento da vida, as peças do quebra cabeça vão se encaixando perfeitamente.

Então, tenham paciência se ainda não chegaram lá, se ainda não se sentem tão bem em algum aspecto da sua vida. Um dia tudo fará sentido. E o meu caminho não é o seu caminho, então não adianta “copiar a Sandra”. Cada um per se, como diz meu pai.

Vou contar um segredinho: quando tenho uma questão que me incomoda, viro um drone de mim mesma: começo me observando, depois me vejo em casa, aí eu saio de casa e me vejo no condomínio, sobrevoo a cidade de Araçariguama, o estado de São Paulo, o Brasil, vejo a América do Sul, percebo que estou no Ocidente de algum marco pré-estabelecido pelo homem, e vejo o planeta Terra, bem azulzinho. Expando minha atenção e consciência para o todo. Reflito e volto a atenção para a questão que me incomodava e imediatamente ela muda de dimensão – pra mais ou pra menos. Ajuda a tirar o mimimi. Pra mim, esta técnica funciona. Não sei como é com vocês, mas podem tentar se tiverem curiosidade. Depois me contem.

Outra coisa importante é que tudo acontece aqui e agora. Uma conquista não está separada da outra – o físico não está separado do mental; o emocional não está separado do espiritual, e assim vai.

Vou contar um pouco do que realizei e que eu acho que estão relacionadas aos meus bem-estares.

Começando pelo meu bem-estar físico, sempre fui muito ativa, desde criança. Lá pelos 25 anos, depois de experimentar salto de paraquedas, mergulho autônomo e escalada em rocha, encontrei na prática de trekking a verdadeira sintonia com minha essência e com a Natureza. Realizei longas travessias com mochila nas costas, dormindo em barraca, tomando banho em rios. Esta foi minha prioridade e necessidade por duas décadas. Meu corpo pedia movimento, estresse, fadiga e eu o atendia.

Depois, vieram as corridas de rua e pedaladas.

Com tanta prática, fui aprendendo sobre minhas limitações físicas e sei que ter chegado até a base do Everest ou ter corrido meia maratona em 1h55 foram meus limites. Já com o avanço da idade e percebendo minhas mudanças hormonais e físicas, passei a praticar algo mais leve – taichi e yoga. Não adiantaria forçar a natureza. Atualmente, coloco meu físico em movimento fazendo a faxina de casa, podando a cerca viva com um tesourão ou caminhando pelo bosque do condomínio. E está tudo bem!

Procuro ter uma alimentação saudável e adequada ao meu biotipo.

Sinto o que meu corpo rejeita e o que ele prefere.

Não tomo remédios, raríssimas vezes vou ao médico, faço exames de rotina a cada 10 anos… sei lá, perdi a conta. Os resultados são sempre excelentes, com taxas compatíveis de saudabilidade. Me dizem que “estou jovem” ou até melhor do que pessoas com menos idade que eu. Acho que é um bom indicador de bem-estar físico. Outros indicadores são meu intestino e qualidade do meu sono, e estou sempre monitorando.

Além da prática esportiva e alimentação, meu bem estar físico também está associado ao ambiente em que escolhi viver. Depois de morar 30 anos em um apto em São Paulo, decidi mudar para um local onde as casas são todas de madeira, muitas árvores, ruas de terra, pomar e diversos animais silvestres. Uma delícia para quem gosta. O projeto de construção da casa foi feito baseado nos conceitos de  feng shui. Então, a disposição dos cômodos, os móveis, as cores, os elementos, estão “adequados” à minha data de nascimento. Todas as pessoas que me visitam declaram que ela é agradável, acolhedora e promove tranquilidade. Pra mim, este é mais um indicador.

Quanto ao meu bem-estar mental, acredito que é resultado do meu interesse pelos estudos. Sempre gostei de estudar. Me formei em Análise de Sistemas, segui a carreira corporativa em áreas de TI, em empresas multinacionais em São Paulo, aprendendo novas tecnologias, metodologias, conquistando certificações técnicas importantes para minha área de atuação. Minha rotina no trabalho fortaleceu o raciocínio lógico, organização de informações, objetividade, análise estatística, gestão de projetos. Mesmo agora, continuo estudando e trabalhando, mantendo minha mente ativa.

Quanto ao bem-estar espiritual ou o estar bem espiritualmente, acho difícil conceituar isso. Costumo definir como “acreditar no invisível”, acreditar que há algo que me mantém viva neste corpo físico, acreditar que nem sempre há explicação para tudo, acreditar na energia que me mantém ativa e conectada à Natureza dos seres e das coisas.

De fato, trata-se de uma tentativa de explicar o que não precisa ser explicado.

O que posso afirmar é que eu tive duas fortes experiências que eu chamo de “vida passada”, as quais meu corpo de comportava como se estivesse sobre uma forte influência de outros ambientes, de outras atmosferas, de outros lugares, de outras épocas, me causando medo, frio, fome, de uma forma não comandada por mim. Bem, a reverberação disso tudo é muito longa, não caberia aqui. Mas o fato é que eu associo isso a uma forte conexão com minha espiritualidade.

Naturalmente, estas experiências me levaram até as escolas filosóficas: sufismo, budismo, hinduísmo, espiritismo, taoísmo. Para algumas eu dediquei anos de estudo e prática; para outras, apenas leituras, convivência e alguma curiosidade. Não sigo nenhuma religião, apenas aplico alguns fragmentos de seus ensinamentos no meu dia a dia.

Meu indicador de bem-estar espiritual é sentir que sigo meu coração, minha intuição, minha alma.

E por último, quanto ao bem-estar emocional, posso afirmar que faço uso do que eu chamo de “ferramentas terapêuticas alternativas”, como leituras de oráculo, mesa quântica, radiestesia, cristais, leitura de trânsito no calendário chinês, mapa astrológico, astrocartografia, reiki, tethahealing, constelação familiar, entre tantas outras. Então, quando sinto que perdi o Norte de vista, agendo uma consulta. Me ajuda muito!

Além delas, há poucos anos encontrei uma poderosa ferramenta de autocura e conexão com minhas emoções: o bordado livre. Não é à toa que existe arteterapia. Através de agulhas, pontadas, tecidos furados, recortados, as vezes enrugados, eu aprendi a colocar pra fora o que me incomoda emocionalmente. Bordar me traz um grande alivio e consequentemente, um ótimo bem-estar.

E é isso, pessoal!

Esta é uma parte da minha trajetória, do meu conhecimento, das minhas verdades. Sou o resultado disso, sem planejamento. Estas e outras ações me trouxeram até aqui, me fizeram ser o que sou hoje. Sei que a manutenção, sustentação e crescimento, sempre pra melhor, assim espero, dependerá das minhas motivações e intensões.

Um fragmento disso tudo está registrado em dois livros de minha autoria: “Expedição Kali Gandaki – a 1a Expedição feminina brasileira ao Upper Mustang, Nepal” e “Mãos, Mente e Coração – A Jornada de uma Mulher Feliz”.

E para finalizar, inquieta que sou, conto pra vocês que decidi iniciar este ano uma nova carreira, construindo uma editora independente – Editora Rana Tharu,  que inclusive apoia esta iniciativa, o 1o. Congresso Internacional de Bem-Estar e Espiritualidade promovido pelo GIAH.

Com a editora, quero eternizar memórias de família, trajetórias de empresas familiares, carreiras executivas, realização de sonhos, coletâneas de textos, poesias e tudo o que me der prazer em fazer.

Um vasto universo à minha disposição.

Um grande desafio em época de avanço digital.

E você, quando lhe perguntam “como você está?”, o que responde?

Sou Sandra Palma, escritora, viajante, fotógrafa, palestrante e especialista em gestão por processos.

Namastê!

Compartilhar:

plugins premium WordPress